Resenha Histórica

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Cadafaz e Colmeal têm percorrido juntos os caminhos longínquos da sua identidade. Segundo a valiosa obra e descrição de conceituados historiadores acerca da história do concelho de Góis, verificamos que, pelo menos nas Inquirições de D. Dinis já era referido Cadafaz e Colmeal como sendo povoadas no tempo de D. Sancho (1185-1211). No Foral não Régio de Gonçalo Vasques (7º Senhor de Góis 1314), menciona-se Colmeal com quatro casais e Cadafaz com oito, aos quais se atribuíam os deveres do foro, continuando mencionadas no Foral Régio do rei D. Manuel, no Cadastro do Reino na elevação a freguesias e no reconhecimento dos Padroados já com os respectivos oragos e restantes bens das paróquias, etc.
Claro que com o decorrer dos séculos muita coisa mudou, no entanto parece ter havido sempre um elo de ligação entre as duas freguesias nos vários serviços, quer pessoais, religiosos ou comunitários. O serviço postal, ou seja, o transporte das malas do correio foi feito durante décadas (1916) pelos condutores de malas de Cadafaz entre Góis-Cadafaz-Colmeal e vice-versa diariamente e aqui recordarei José Simões Paulo, Guilherme Simões Paula e outros, que bem merecem o nosso eterno reconhecimento pela sua dedicação, missão tão exaustiva e tão mal renumerada. A ligação de telefone, também durante alguns anos era feita do P.C.T.F. de Cadafaz para Colmeal. O mesmo se passava em relação aos serviços religiosos, sendo as duas paróquias assistidas pelo mesmo pároco, quase diariamente tal era a assiduidade no cumprimento dos serviços da Igreja.
 
Mas um dos grandes impactos de ligação, foi sem dúvida o regionalismo com a criação das colectividades, a interligação entre os seus fundadores quer do Colmeal ou Cadafaz defendiam as mesmas aspirações e ideias, melhorar a forma de vida das suas comunidades e aldeias onde nasceram. Foi de uma forma bastante gratificante que o empenho no desenvolvimento foi conseguido por Homens de grande valor e eficácia. É certo que eles foram partindo mas os seus “Marcos” ficaram e com eles o grande significado para quem os sabe reconhecer e honrar aliás, creio que a melhor forma de reconhecimento é a continuidade do seu trabalho.
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A. Silva
(de Jornal de Arganil, de 31 de Dezembro de 2009)
 
CADAFAZ
Orago: Nossa Senhora das Neves
Área: 38,00 Km2
Altitude máxima: 1000 m
 
Limites:
Entre N e E: Do marco geodésico do Vieiro segue para o cume das nascentes da Ribeira do Vieiro, inflectindo depois para SE até sensivelmente ao lugar de Currais. Continuando pela linha de festo à direita da povoação de Candosa e pela que define a bacia da Ribeira de Carvalhal do Sapo;
Entre E e S: Segue a Ribeira de Carvalhal do Sapo até ao lugar de Chão de Cima, inflecte para NW pela linha de festo, virando para S até à Barreira do Servo, prosseguindo até à Selada do Braçal. Parte desta para o marco geodésico do Braçal, seguindo sempre o viso da serra até ao marco geodésico de Malmadas;
Entre S e W: Do marco de Malmadas segue o viso, passando a N lugar de Catraia do Azevedo, até ao marco geodésico de Entre Capelos. Continua pelo viso para NW, até ao marco geodésico da Pedra do Lumiar, novamente pelo viso passa pelo lugar Cimo da Mina, cimo da Serra da Folgosa e sensivelmente a E da povoação de Folgosa inflecte para NNW, na direcção do marco geodésico Alto do Rabadão;
Entre W e N: Do marco Alto do Rabadão segue o viso do Monte do Rabadão até ao marco geodésico Rabadão. Deste marco segue o viso até Cabeço de Pião e sempre no viso ao marco do Vieiro.
(Fonte: CCRC - 1982)
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Cadafaz pertence ao concelho de Gois, com uma altitude de um pouco menos de 600m e dizem que em épocas remotas esta freguesia com a de Goes e Colmeal, formavam uma só. A data da pequena capela de São António é de 1595, embora a povoação de certeza seja mais velha que isto – de que idade mesmo, ninguém o sabe. A disposição e o arranjo da aldeia também são diferentes das outras aldeias, tendo esta mais ruas estreitas e degraus de escadas que qualquer uma das outras na região.
No centro situa-se a igreja Paroquial, mostrando por cima da porta de Oeste uma pedra com as datas de 1606, 1815 e 1855. Antigamente os habitantes de Cadafaz viviam da produção de mel, da agricultura e da criação de cabras e ovelhas. Nas terras para além dos terraços cultivados existem ainda visíveis colecções de pequenos edifícios de xisto que serviam de estábulos para as cabras e ovelhas. Embora a região se encontre agora coberta por plantações de pinheiros e eucaliptos, originalmente existiam extensivas terras de pastagem.
0 que, porém, nos parece fora de duvida, é que a povoação do Cadafaz, é bastante antiga teve seu assento numa encosta um pouco abaixo d'onde hoje se acha a atual, denominada Codeçal ou Cadafaz Velho. A esse respeito parece não haver duvida, pois que ainda há poucos anos quando ali se tiveram umas escavações, foram encontradas candeias de barro e outros objetos que nos fazem crer que tal povoação era do tempo dos romanos, se a arqueologia se não zanga connosco. 
Diz a tradição que sendo este sítio muito doentio, resolveram os seus habitantes mudar a povoação para um lugar mais alto a fim de ser mais arejada. 
Se realmente, na mudança da povoação, predominou esta ideia, não escolheram mal, porque a atual povoação é bem lavada de todos os ventos, sendo por isso, bastante fria.
Desta freguesia que tem por orago Nossa Senhora das Neves, foram donatários os condes Villa Nova de Portimão.
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O ensino escolar 
CADAFAZ
O primeiro edifício escolar foi mandado construir por Manuel Lourenço Baeta Neves, barão de Louredo, nos anos 50 do século XIX, na sede da freguesia. Natural de Corterredor, foi um dos grandes beneméritos da freguesia.
 Em 1922 foi construída uma nova escola, agora destinada ao sexo feminino, por José Domingos Alves Baeta, também ele natural de Corterredor e emigrante no Brasil.
«A este homem [José Domingos Alves Baeta] se deve a escola primária que, de sua conta, mandou construir no ano 1922 em Cadafaz, cujas datas e iniciais estão por cimo da porta de entrada. Esta escola seria destinada ao sexo feminino, uma vez que já havia uma para rapazes, mas até aquela época as meninas seriam poucas as que aprendiam a fazer uma carta, e isto em ensino particular. Demonstrava este senhor a preocupação na educação da juventude da sua terra, talvez por ser dotado de boa e grande inteligência. Assim passou o Cadafaz a ter uma escola para cada sexo a servir toda a freguesia. Quanta dificuldade e frio passaram estas crianças naqueles dias de inverno!
 Na dos rapazes, era ao tempo o professor, um senhor da povoação da Sandinha, desta freguesia, de onde era natural, vindo todos os dias a cavalo para ministrar os seus ensinamentos, sendo bem patente a sua competência, porque os alunos saídos das suas aulas tinham lindas caligrafias, que ainda hoje dá prazer ler. Por falecimento deste senhor, que se chamava Manuel Luiz Júnior, passou a escola ao sistema misto. Penso que a primeira professora desta escola, Albertina Alves Pais, natural de Anceriz, aqui permaneceu alguns anos, sucedendo-lhe uma outra senhora, Laurinda Maria da Silva, que pertencia a uma terra da freguesia de S. Pedro d’Alva, e também alguns anos aqui se manteve, indo depois para o Covelo, onde tinha familiares. Esta senhora vivia em Coimbra com sua família e, com 94 anos, faleceu no passado mês de Dezembro. 
 Esta escola, construída e doada à freguesia, serviu mitos anos toda a juventude, até que por ordens superiores foi mandada construir uma nova (…)
Hoje, a que serviu para os rapazes foi remodelada, funcionando ali a Junta de Freguesia e Posto Médico. Na que foi doada, foi adquirida pela União Recreativa do Cadafaz [nos anos 70], funcionando como sua sede e o café da nossa aldeia»
Luciano Nunes dos Reis 
(O Varzeense, finais do séc. XX?)
 CABREIRA
«Foi feita uma escola em 1931 e a maior parte do capital foi dispendida pelo senhor Manuel Francisco Martins, natural de Capêlo, a quem se deve a iniciativa da escola. Foi seu colaborador o senhor tenente Afonso Neves, do Tarrastal e o senhor Manuel Carneiro, da Sandinha, que contribuiu com uma boa quantia e esforços.» 
(Livro de actas da Comissão de Melhoramentos da Cabreira)
 SANDINHA
 Também em 1931 começou-se a fazer uma escola na Sandinha, mas só seria concluída alguns anos depois, por dificuldades financeiras.
    
CORTERREDOR
 A sua escola abriu oficialmente em 1935, com 37 alunos. Esteve em actividade durante 45 anos, de 1935 a 1980. Em 1982 foi entregue à Comissão de Melhoramentos, para ali ser instalado o Centro de Convívio, que, após obras de restauro e ampliação, seria inaugurado em Julho de 1997.
 A primeira professora foi Umbelina Carmina Azevedo Osório Ramos e a última, Maria Helena Patrão Tavares. 
(Lucinda Nunes Rosa, em O Varzeense de 25.9.2003)
 
Comissões de Melhoramentos 
Por ordem cronológica da sua fundação, foram estas as Comissões de Melhoramentos da freguesia:
    1932   Liga de Melhoramentos da Freguesia de Cadafaz     
    1953   Comissão de Melhoramentos da Cabreira
    1955   Comissão de Melhoramentos de Candosa
    1960   Grupo de Amigos de Capelo
    1962   União Recreativa do Cadafaz
    1962   Grupo "A Bem da Sandinha"
    1966   Liga dos Amigos de Mestras 
    1975   Comissão de Melhoramentos de Corterredor
    1999   Comissão de Melhoramentos e Preservação do Tarrastal
Evolução demográfica
 
    Anos
    População
 
1920   1930   1940   1950   1960   1970   1981   1991   2001
1069   1096   1110   1007     897     470    493     366     283
 
Povoações que ultrapassaram uma centena de habitantes ao longo do século XX, na base de dados oficiais:
    Cadafaz
    Cabreira
    Corterredor
    Sandinha
 
1911   1940   1960   1970   1981   1991   2001   
 260      259     192    137     104       67          49       
 254      287     221    191     168     140        113  
 170      155     113    117       67       44           39
 135      134     118     78        62       44           34  
 
COLMEAL
Orago: S. Sebastião
Área: 35,00 Km2
Altitude máxima: 1029 m
 
Limites:
Entre N e E: Do marco geodésico de Gatuxa, segue o viso na direcção NNE até ao local designado por Alto do Carvalhinho. Seguindo, inflecte para SSE, seguindo o viso até à junção da Ribeira de Ádela e o Vale do Cão, para prosseguir pela Ribeira citada. Esta fronteira constitui também limite concelhio.
Entre E e S: Ribeira de Ádela até à sua foz no Rio Ceira, seguindo este para montante até à foz da Ribeira de Carrimá até próximo do local designado por Loureiro. Daqui segue o viso na direcção SE e depois E até encontrar um caminho vicinal, inflectindo para SSW até ao marco geodésico de Decabelos. Deste segue o viso da serra até ao marco geodésico de Caveiras, passando por Colada de Belides, Relva das Aiguinhas, Selada Ereira. Estes limites são também concelhios.
Entre S e W: Do marco Caveiras segue até à Selada do Braçal, passando pelo local designado por Alagoas (onstitue igualmente limite concelhio). Segue por caminho vicinal para N, inflectindo depois para NE pelo viso até encontrar a Ribeira de Carvalhal do Sapo, prosseguindo até ao viso mais pronunciado da margem direita. Segue-se por este até à linha de cume, seguindo por esta na direcção NW.
Entre W e N: Da linha de cume anterior, desce para o Rio Ceira, atravessando-o a S da povoação de Candosa, seguindo o viso da serra até junto do marco do Vieiro, na direcção NW.
(Fonte: CCRC 1982)
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«Tudo nos indica que a povoação se iniciou ao Canto, não só por meras suposições, mas sim por fortes razões naturais que passamos a explicar: o foco principal desta afirmação é a sua relativa planície e muito em especial a posição cardeal em que se encontra, ficando voltado para nascente, recebendo assim a luz solar durante todo o dia de que beneficiavam, como é lógico, as habitações ali construídas que consequentemente usufruíam uma maior e mais duradoira iluminação natural em relação a qualquer outro local.
 Mas, e para além de todas estas suposições de origem natural, outras de ordem toponímica nos levam a aceitar como tendo sido ao Canto a origem do nosso Colmeal. Como tal, temos a própria palavra ‘canto’ que significa superfície, lugar afastado, sítio esconso; esconso: inclinado, oblíquo, pendido; superfície, que traduz a parte superior dos corpos (isto em sentido figurado). Ora em contraste com todos os terrenos que circundam o local, temos de concordar e é “uma superfície ligeiramente inclinada ou pendida e superior em relação e nível ao restante”.
A povoação abastecia‐se de água de nascente da ravina da Fontinha (1) e a qual ia para o Canto através do que restava da levada construída séculos antes pelos romanos.
 Tomando em consideração que são parcialmente artificiais os valados contínuos em forma de semi‐círculo (2), desde a Cova, Estreitinho ao Curtinhal, onde existe veia de barro, temos de visionar que o local teria sido um «plano», embora sem algum fundamento que certifique integralmente as ideias. Estes valados iniciados por nossos avoengos, para extracção de barro, chegaram ao presente como autênticas trincheiras, motivado pela erosão e mutação constante da natureza, porque com tão reduzido número de habitantes (3) era impossível a sua abertura ter sido totalmente efectuada pelo braço do homem.
 As regulares quantidades camadas de tijolos que surgiam quando de escavações efectuadas outrora levam a crer (4) ter existido indústria de olaria e cerâmica, a qual acabou por se perder, não chegando a nossos dias fragmentos dessa laboração nem a sua transmissão de ascendentes para descendentes.»
 
(1) Era uma ravina, visto o largo e terrenos de cultivo sobrepostos ao fontanário serem aterros artificiais.
 (2) Analisado da “Poesia”, o Bairro da Eira dá o aspecto de formar uma ilhota, motivado pelo declive em direcção ao rio e pela “ferradura” que formam os valados.
 (3) Em 1527, existiam somente 24 habitantes.
 (4) Esses tijolos que dizem apareciam outrora com frequência e em quantidades regulares não provam ter existido indústria de cerâmica. A base número um seria encontrar‐se um forno de épocas remotas. Essa abundância de tijolos teria sido derivada de destruição de restos desses fornos?
 (O Colmeal, Julho de 1970)
 
«Pela etimologia do termo que deu nome à freguesia, pela toponímia, por uma série de vestígios encontrados na região e, até, dando crédito moderado a inúmeras lendas que circulam ainda nas bocas do povo, vários autores quiseram já situar o seu aparecimento em determinada data. Como consequência, surgiram várias hipóteses, mas apenas uma certeza, a povoação do território de Colmeal é muito antiga, possivelmente anterior a D. Afonso Henriques e à fundação do reino de Portugal, mas não é possível determinar com exactidão as suas origens.
Pertenceu durante muitos anos à comarca de Coimbra e em 1560 a pequena povoação da margem direita do Ceira deve ter atingido um certo valor, pois mereceu do então bispo de Coimbra, D. João Soares, a promoção a sede de freguesia, por documento que concedia idêntica regalia à vizinha aldeia do Cadafaz. 
 Para isso, a pequena capela que ao tempo existia, dedicada a São Sebastião (São Sebastião do Colmeal), foi aumentada e transformada em igreja matriz. Os lugares que, nessa fase inicial, passaram a fazer parte da nova freguesia foram, são, além do Colmeal, Carvalhal, Soito, Aldeia Velha, Sobral e Ádela.
 A cura era de apresentação do vigário de Góis e seus beneficiários. Tinha destes, 4.000 réis, e dos seus paroquianos mais 4.000 réis, 40 alqueires de trigo e ainda o pé-de‐altar. Como os habitantes da nova freguesia de Cadafaz eram obrigados a irem três vezes no ano à Igreja Matriz de Góis [pelas festas da Nossa Senhora da Assunção, do Espírito Santo e do Corpo de Deus], sob pena de não pagarem um arrátel de cera para essa igreja e por cada falta. Isto porque também a recém‐construída Igreja do Colmeal era dependente da Matriz de Góis.
Do mesmo modo eram pertença dos prelados do bispado, pagando pela respectiva visitação, "meia colheita das colheitas gerais, ao preço de 250 réis, à custa de dízimos e rendas da matriz e anexas". E ainda, como em Cadafaz, também as capelas da freguesia teriam de possuir obrigatoriamente "Caixa de Santos Óleos, com suas Ambulas, Pia Baptismal, Campanários com sinos ou campas e todas as demais insígnias…". (de Concelhos de Portugal) 
 (O Colmeal, número especial, Julho de 1971)   
 
Origem Toponímica de Colmeal
«Tem sido até agora procedimento corrente explicar a designação de Colmeal, que se pensa ter sido desde sempre atribuída à nossa terra, pela sua base etimológica mais próxima, mais popular e mais simples: a colmeia. E, imediatamente, a associação mais frequente aparece feita com o habitat da abelha. Ora, se a origem etimológica de Colmeal na colmeia nos parece acertada – quase diríamos indiscutível – a passagem ao habitat da abelha já pode parecer mais duvidosa; a menos que se demonstre que a região tenha tido alguma vez condições privilegiadas para a cultura da abelha (a apicultura, como técnica e etimologicamente ficará bem designá-la); ou pelo menos essa cultura alguma vez tenha exercido poderosa influência sobre o modo de vida da sua gente. Terá sido assim?
 É inegável que algumas colmeias existem no Colmeal; é natural que de há longos, longos anos, elas lá tenham existido. Mas faltam‐nos os conhecimentos suficientes para encontrar as razões de um eventual desenvolvimento intenso dessa cultura, se ela alguma vez existiu com muita intensidade. E, por outro lado, não existirão outros povoados nos arredores onde desde sempre as pessoas terão também procurado oferecer casa às abelhas com a ideia de vir a aproveitar o seu mel? Certamente que sim, podendo até suceder que nalguma delas tal actividade fosse relativamente mais importante do que no Colmeal. Mas tudo serão conjecturas enquanto algum técnico não demonstrar se algum, ou alguns dos factoreslocalização, tipo de solos com influência em tipo de plantas, características particulares do clima, ou outros, terão determinado especial predilecção da abelha pelo local. Isto, se na abelha estiver a base da designação da nossa terra.
 E estará realmente?
 Volte‐se à explicação etimológica, isto é, à origem da palavra. Colmeal deriva de colmeia, é certo; mas colmeia terá de derivar de abelha? Parece que não.
 Abelha vem do latim apis (donde, o tal termo apicultura antes referido). De apis nasceu essa palavra; outra origem não se lhe encontra. Mas a origem de colmeia é bem diferente; vem do castelhano colmena, e este do latim realmente, mas do latimculmum que significa colmo, tecto de colmo (1); e foi realmente este culmum que veio a originar colmeia. Simplesmente, esquecemo‐nos com frequência que colmeia não significa apenas a «casa‐fábrica‐celeiro» da abelha; pode significar pura e simplesmente habitação, quem quer que seja que a utilize, mesmo o ser humano. É normal dizer‐se, quando numa casa habita muita gente, que ela é uma colmeia, ainda que isso possa ficar a dever‐se a uma associação de ideias com o característico cortiço.
Vamos então repensar o problema, devagarinho, por fases.
 Primeiramente, parece que deverá esquecer‐se um pouco a abelha para pensar na colmeia como habitação com tecto de colmo, porque aqui está a sua origem. Nos tempos em que a cultura de cereais (que não a do milho) tenha tido importância e antes de poder utilizar o xisto na construção, terão existido na nossa terra telhados de colmo? Se o centeio no passado aí teve importância, não poderia ele ter sido utilizado para fazer os tais tectos? Pessoalmente diríamos que é provável que sim, que os tectos de colmo tenham tido a sua importância no passado que é capaz de estar já um tanto distante.
 E vamos a um segundo aspecto. Por comparação com outras terras dos arredores mais próximos (Roçaio, Soito, Aldeia Velha, Sobral, Carvalhal, por exemplo) não terá desde sempre a nossa sido a maior? Aqui entalada, apertadinha, aconchegadinha, mas grande, com muita gente, gente sempre em actividade, a fervilhar lá no fundo, a entrar e a sair – a sair para trabalhar, a entrar carregada quanto mais não fosse com o molho de mato…a nossa terra não terá parecido como que um cortiço… mas de gente… em extraordinária actividade?
 Ora se se provar que foi de grande vida no passado, se se puder dizer que nela sempre trabalhou mais gente do que nas outras terras vizinhas, se se puder dizer que essa gente sempre foi trabalhadora e atarefada e, se além de tudo isso, porque a palha do cereal existia, se procurou dela tirar vantagem para fazer o tecto de colmo…
Culmum – colmena – colmeia – colmeal… talvez não seja de considerar grande atrevimento o tentar esta pouco (ou nada) usada explicação para o significado toponímico do nosso Colmeal. De resto a região é fria: será que o tecto de colmo tornava a casa mais agasalhada? Certamente saberão que há na Grã-Bretanha, zona bastante mais fria do que a nossa, épocas houve em que nada substituía o tecto de colmo que ainda hoje por lá se vê com muita graça e alguma frequência. E ainda há quem argumente que, se não fosse a mão‐de‐obra, ainda era o tecto preferido…
Culmum – Colmena – Colmeia – Colmeal…
António Simões Lopes
(O Colmeal, Dezembro de 1969)
 
Como se viveu na freguesia nos séculos XIII a XVII (1)
As casas eram térreas, construídas de xisto e com tecto de colmo, todas as proporções modestas, com uma única divisão que servia ao mesmo tempo de cozinha e dormitório. A cama, feita de palha ou fetos secos, no chão e a um dos cantos da habitação. Pratos, garfos e colheres eram desconhecidos. Comia‐se com a mão e do próprio recipiente onde era feita a refeição que normalmente se baseava em papas, água ou vinho, pois que além destes não se conheciam outros líquidos.
 Vestia‐se saio – espécie de vestido com mangas compridas – feito de linho bastante grosseiro. Na cabeça usavam capuz ou capucha do mesmo tecido que os próprios fabricavam.
 Por norma andavam descalços e só quando iam para longas jornadas usavam sandálias com correias, fabricadas rudimentamente de peles que curtiam.
 Cultivavam o linho, de cujo caule retiravam a fibra para os tecidos. Das sementes desta planta extraíam o óleo de linhaça para sedativos e emplastros.
 Além da pastorícia, actividade principal, explorava‐se a agricultura, caso dos cereais, como o trigo, centeio e milho painço, vinho e azeite. O mel, também explorado, é usado quase unicamente como remédio para as várias doenças.
 Os outros alimentos são o peixe do rio e ribeiras, carne de animais domésticos e selvagens que então existiam nas florestas da região, tais como o gamo, veado e javali, mas aos quais deviam ter um certo receio por falta de armas aptas para a caça.
 O aquecimento das casas só é possível graças à lenha. Para iluminação utilizam candeias alimentadas a sebo.
 Vias de comunicação não havia, e as margens do rio Ceira eram atravessadas por pontões feitos de troncos de árvores.
 Correio não existia, e quem na maioria dos casos levava as mensagens, eram os Almocreves que forneciam as mercadorias necessárias à vida recebendo em troca castanhas ou peças de olaria.
 Como religião praticava‐se o catolicismo. Entretanto procede‐se à construção de uma pequena capela (2) que, tal como as habitações é em xisto, coberta de colmo e de proporções modestíssimas tendo sido dedicada a S. Sebastião.
 Os defuntos eram transportados para Selavisa, cujo percurso era feito em duas jornadas, sendo a primeira até Sobral.
 Esta foi sensivelmente a vida da nossa freguesia até ao século XVII.
 As vias de comunicação eram caminhos carreteiros (3).
 A partir desta altura, o milho de maçaroca, até então desconhecido, tal como a batata e o feijão, tomaram o seu lugar na agricultura.
 No século imediato, foram construídas no Colmeal, novas habitações ao Porral, já cobertas com loisas, com dois pisos, sendo o superior assoalhado. As lojas que continuavam térreas, eram agora utilizadas como curral para animais e para armazenar as colheitas dos cereais.
 Nesta época o homem já utilizava calções até ao joelho que, tal como o saio ainda usado pela mulher, era de linho grosseiro e fabrico de casa. 
(1) Seguiram‐se os costumes e condições gerais do país, nesse tempo.
 (2) Ficava situada, sensivelmente ao centro da actual Igreja, tomando como base que o local formava cabeço, pela não existência dos muros de suporte, construídos no século XIX, nos sentidos nascente - norte, poente - sul.
 (3) Ainda no presente, as vias de comunicação com Açor, Ádela, Loural, Sobral, Salgado e Saião; e do Soito a Foz da Cova, Carrimá e Malhada e bem assim com a própria sede concelhia, isto é, até Capelo, são as mesmas que nos foram legadas por estes nossos antepassados.
 (O Colmeal, Novembro de 1970)
 
 COLMEAL - Um testemunho e uma história 
«Se nos fosse permitido comparar a situação geográfica das aldeias da Serra de hoje com esses pontos minúsculos e negros como castanhas defumadas, que foram os povos de há dois ou três séculos, certamente que nos perguntaríamos como era possível a esses povos realizar a sua vida e suportar a sua existência numa zona alcantilada, inóspita e deserta como a nossa.
 Porque, enquanto no litoral ou na planície o homem se cruzava atraído pela pesca ou pelo comércio, na montanha ele só podia manter‐se aliciado por três factores: exploração do minério, a guerra e a caça.
 Sabe‐se, porém, que a fauna da velha província lusitana não era rica em produtos. Em regra, o habitante das montanhas não lhe aproveitava mais do que a carne para se alimentar e a pele para se cobrir. Nada mais tinha a pedir ao veado, ao porco‐bravo, à cabra selvagem ou ao coelho do mato.
 Se o montanhês caçava, não o podia fazer em nome de uma profissão, mas pela necessidade de amparar a sua pequena economia, servida por outros produtos de fraca escala.
 Mas, também não se pode considerar a guerra como causa da fixação das populações serranas.
 As montanhas eram de acesso difícil, sem várzeas férteis de agricultura rentável. Por isso, nem castelos, nem fortalezas, nem redutos. As vertentes da Beira‐Serra nunca foram mais do que um labirinto aberto, recortado por veredas íngremes, escondidas nos matos por onde o caminhante mal se lobrigava. Não há vestígios duma estrada romana ou duma povoação mourisca. O seu dorso, eriçado de tojo, estevas e urze, assemelhava‐se ao lombo dum rebanho de porcos selvagens adormecidos num redil de muitas léguas. Nunca ali houve um torrão que chegasse para premiar algum nobre que se tivesse notabilizado nas campanhas do reino. Os seus retalhos de campo arável não chegavam para neles assentar um brasão e uma legenda.
 Por isso, nem duques, nem marqueses, nem barões.
 Donde se conclui logicamente que só o minério poderia ser a causa única e capaz de se deslocarem para aqui os obreiros que tiveram a dita de desbravar os primeiros palmos de terra.
 A confirmá-lo vem o facto de as nossas montanhas estarem perfuradas de lés a lés, sem contudo se conseguir hoje determinar a maior parte das entradas e saídas das suas minas, o seu rumo e profundidade.
 O Colmeal está numa das zonas mais exploradas.
 Quer a margem direita quer a margem esquerda do Ceira foram cantos que o romano explorou com arte e sabedoria. Há mesmo povoados escondidos na Serra de hoje que não podiam ter outra génese senão um arroio de água e uma boca de mina ou então um ponto estratégico para viver uma vida rudimentar sem andar exposto às feras.
 Veio depois a idade da agricultura, da plantação da oliveira, do sobreiro, do castanheiro, da vinha e cereais. 
 Muitos locais antigos foram aproveitados e alguns aterros utilizados para as primeiras hortas. É então que as povoações nascem verdadeiramente e se começa a conhecer o seu nome.
 É então que nascem os Soutos, os Colmeais, os Sobrais, Carvalhos, Cabreiras, Malhadas, Matas, Azinhais, Vales Verdes, Várzeas, Castanheiras, Salgueirais e tantas outras terras pelas quais hoje damos tudo a fim de que, embora nascendo em regiões sáfaras, subam ao nível de tantas bafejadas pela sorte.
 É o caso do Colmeal.
 Embora seja ainda hoje uma povoação modesta, não podemos dizer que seja recente. Na Serra, são poucos os casos de povoações que se fizeram em cem anos. A falta de comunicações e o separatismo que até há pouco vigorou entre ricos e pobres não davam margem a casamentos precoces e fáceis. Por isso, embora o casal dispusesse de dois ou três elementos capazes de se multiplicarem, nem sempre isso era fácil ou a tempo de serem tronco de famílias numerosas. O que nos leva a concluir que o desenvolvimento humano das nossas aldeias levou algumas centenas de anos a realizar‐se e, desse movimento a passo curto, redundaram atrasos que ainda hoje sentimos. Não nos admiremos, pois, se ainda nos falta muita coisa. Mesmo assim poderemos considerar‐nos felizes, pois que, precisamente esta estagnação de pessoal e coisas, levou os filhos da Serra a entrar num clima de aventura, clima onde depois, mais tarde, haveria de nascer o regionalismo, o grande movimento que levou uma profunda transformação a todos os cantos da Beira‐Serra.
 É esta uma das facetas mais importantes da gente do nosso tempo, que se nota em linha apreciável, no Colmeal e sua freguesia.
 O que o progresso aí conseguiu realizar bem se pode classificar de prodigiosa renovação, devida, em grande cota, ao bairrismo dos seus filhos, perfeitamente sintetizado no labor dos militantes da sua Comissão regionalista e no desejo dos seus primeiros homens em verem o Colmeal actualizado e bem servido.
 É o que nos parece revelar a sua estrada da Serra, os seus calcetamentos, a sua casa Paroquial, o Centro e as diligências feitas para a construção duma nova Igreja.
 Por tudo isto, merece o Colmeal e a sua gente os nossos parabéns e o jornal que divulga as suas necessidades e as suas belezas uma palavra de alento.
 Trabalhar para viver e viver para trabalhar.
 C. Borges das Neves»
(O Colmeal, número especial, Julho de 1971)
 
 Invasões Francesas
A primeira povoação da nossa freguesia a ser invadida e saqueada pelas tropas francesas foi Ádela, o que se verificou em 14 de Março de 1861. Depois, sucessivamente, seguiu‐se Açor, Colmeal, Sobral, etc., de onde seguiram em direcção a Celavisa, para se reunirem às restantes tropas, já então em fuga, que em 17 do mês destruíram Arganil.
Na nossa freguesia, segundo os elementos que chegaram a nossos dias, foram cometidas pelo invasor as maiores atrocidades, deixando o nosso povo na miséria. Desde azeite,, vinho, carne, milho, valores particulares, até imagens das capelas e igreja, tudo roubaram ou destruíram. No Colmeal, o povo teve de se limitar praticamente a um cruzar de braços; mas, mesmo assim, ainda conseguiu salvar alguns bens particulares e muito em especial um crucifixo de prata, propriedade da igreja, que esconderam em toca de castanheiro secular, de que existe alguns exemplares à Quinta.
 A cavalaria francesa, por todas as povoações onde passou, ia apascentar os cavalos nas arcas onde se armazenava a colheita do milho.
 Não conseguimos recolher elementos relativos à povoações da margem esquerda do rio Ceira, mas tudo indica que Malhada, Soito, Aldeia Velha, e muito em especial Carvalhal, derivado à sua posição e já então abundante casario, não tivessem sido mais felizes.
 (O Comeal, Dezembro de 1973)
 
 Cemitério
Aos doze dias do mês de Agosto de mil oito sentos e sincoenta e três annos, Na Sachristia da Egreija Parochial de São Sebastião do Colmial sendo ahi presente o Reverendo Parocho José Gaspar Caldeira, Presidente da Junta da Parachia (…) foi apresentado que tinha‐se de proceder à construção do cemitério (1). Nesta freguesia, era d’absoluta necessidade o formar‐se o Orçamento supplementar para a sitada obra e que para isso já havia convidado os peritos…»
(1) No início deste século foi ampliado para poente, tendo‐se‐lhe colocado o actual portão de ferro, feito por Alfredo Neves Almeida. Em 1953, a Junta de Freguesia procedeu a nova ampliação, desta vez para sul.
 (O Colmeal, Março de 1974)
«Contavam gerações passadas e ainda idosos do presente: nem depois do passamento havia sossego. Não existia cemitério, os defuntos da freguesia eram transportados em esquife para Celavisa, onde eram sepultados.
 E insistiam na lamúria: era um martírio, o transporte ao ombro ou a pau‐e‐corda efectuado em duas jornadas, sendo o defunto velado de um para outro dia na Capela da Sobral.
 Esta lenda, pode‐se dizer, era coisa que toda a gente falava e nunca sucedeu.
 As prováveis raízes da lenda:
‐em 1841, é certo, acabou pelo teoricamente o costume de enterrar os defuntos no interior das igrejas, ou nos respectivos terrenos que circundam os templos;
‐no Colmeal, não tendo a população da freguesia hipóteses de cumprir o determinado superiormente, nem estando na disposição de transportar os falecidos, os corpos dos entes queridos, para as terras distantes e estranhas, os continuaram a enterrar no interior da igreja ou adro;
‐com o receio de possíveis represálias por parte do poder temporal e, eventualmente, com o apoio passivo do, espalharam o seu “martírio”, transformando‐se uma lenda sem qualquer veracidade.
 Pelos livros da Assentos de Óbito disponíveis, constata‐se que os defuntos de todas as aldeias da freguesia, inclusive do Sobral, eram sepultados no Colmeal, nos espaços considerados sagrados, o último dos quais: “Aos seis dias do mês de Abril do ano mil oitocentos e sessenta e quatro, pelas oito horas da manhã, na casa da sua morada, no lugar de Carvalhal (…) faleceu só com os Sacramentos da Extrema‐Unção (por ser de uma grande queda) António Martins Giraldo de sessenta e cinco anos (…) foi sepultado no dia seguinte pelas nove horas de manhã dentro da Egreja desta freguesia”.»
Fernando Costa 
 (O Varzeense, Julho/Agosto 1992)
 
 Entretanto, tinha sido construído o cemitério, com o primeiro enterro a ser feito a 20 de Julho de 1864: “Aos dezanove dias do mês de Julho do ano mil oitocentos e sessenta e quatro, pelas dez da manhã, na casa da morada de seus pais, no lugar de Ádela desta freguesia do Colmeal, concelho de Góis, Bispado de Coimbra, faleceu um indivíduo do sexo masculino, por nome José, de idade nove dias (…) filho legítimo de António José, natural do lugar do Ceiroquinho, freguesia de Fajão (…) e de Josefa Mafra, natural do lugar de Ádela, trabalhadora, foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Público desta freguesia”.
 
Festas religiosas no Colmeal
«As festas religiosas nas nossas aldeias têm tradições de séculos, inclusive dias certos, caso do segundo domingo de Agosto, no Colmeal.
 Pelos elementos manuscritos disponíveis sabemos que, pelo menos desde 1851 até 1910, as festividades anuais eram em louvor do Santíssimo.
 Na procissão, conforme as disponibilidades financeiras, em alguns anos era incorporada filarmónica, lançados os já tradicionais foguetes, morteiros, por vezes, fogo de artifício.
 Nos festejos religiosos, e como era hábito no século anterior, participavam vários padres e pregadores, sendo os encargos gerais na ordem dos 15 réis. E a “música” (filarmónica) quando actuava cobrava 16 réis, parecendo-nos a verba muito vultosa.
 Dentro da sua competência, as festividades eram organizadas e pagas pela Junta da Paróquia, cuja despesa obrigatoriamente constava do orçamento da autarquia paroquial, a aprovar pelo Governador Civil ou Câmara Municipal do concelho, sendo as contas apresentadas em Tribunal, absorvendo todas as entidades emolumentos.
 Apesar de não ser fácil determinar o ano exacto, somente depois da implantação da I República, separação da Igreja do Estado, os festejos passaram a ser efectuados em louvor do Senhor de Amargura e as Seladas o centro de fé dos colmealenses. (…)
Fernando Costa 
(O Varzeense, 1992)
 
 Comissões de Melhoramentos 
 Por ordem cronológica da sua fundação, foram estas as Comissões de Melhoramentos da freguesia:
    1931   União Progressiva da Freguesia do Colmeal             
    1936   Comissão de Melhoramentos de Ádela
    1953   Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais
    1954   Comissão de Melhoramentos de Soito
    1964   Liga dos Amigos de Aldeia Velha e Casais
    1970   União e Progresso do Carvalhal
    1977   Grupo de Amigos do Sobral, Saião e Salgado
    2002   Associação Amigos do Açor
 Evolução demográfica   
 
Anos
População
 
1920   1930   1940   1950   1960   1970   1981   1991   2001
1477   1413   1335   1113     948     355    492     323     229
 
De realçar que, ao longo da década 60, verifica‐se uma diminuição de cerca de 63% da população, bastante superior à das outras freguesias, havendo mesmo povoações que ficaram reduzidas a cerca de um quarto da inicial.
Seis povoações ultrapassaram uma centena de habitantes ao longo do século XX, na base de dados oficiais:*
Colmeal
Carvalhal
Ádela
Soito
Malhada
Aldeia Velha
 
1911    1940    1960
 344       274       175
 240       205       165   
 188       151       108
 182       140         98
 175       166       124
 169       106         91
*
Segundo o jornal O Colmeal nº 4 de 15 de Maio de 1960, em 1908 havia os seguintes  fogos: Rossaio - 4; Carvalhal - 66; Safredo - 1; Aldeia Velha - 27; Coiços - 1; Loural - 3; Soito - 51; Malhada - 48; Foz da Cova - 4; Vergadinha - 1; Belide - 4; Carrimá - 7; Açor - 7; Ádela - 48; Sobral - 24; Eiras do Bispo - 1; Val d’Égua - 2; Val de Asna - 2; Salgado - 3 e Saião - 3.
 
Nota:
Alguns textos foram retirados directamente do site da U. P. F. C., transcritos dos originais por Francisco Silva e A. Domingos Santos.